Última atualização: 10/06/2021
As embalagens são essenciais na indústria alimentícia. Estas permitem que os alimentos e as bebidas sejam transportados com segurança para que cheguem aos consumidores com a mesma qualidade que apresentam nas linhas de produção. No entanto, se não forem sustentáveis ou se, após o seu uso, não forem recicladas nem geridas adequadamente, acabarão por poluir a natureza.
De forma a reduzir as emissões de carbono na produção das suas embalagens e evitar a poluição dos oceanos, a Coca‑Cola, com a sustentabilidade no centro do seu modelo de negócios, trabalha para fazer com que suas latas e garrafas respeitem cada vez mais o meio ambiente, procurando liderar a caminho para uma economia circular. Além disso, faz parte de várias iniciativas internacionais que aproveitam a recuperação do pós-COVID para abrir um caminho para uma economia sustentável e, nesse contexto, no final de 2020 a Coca‑Cola acelerou os seus planos para atingir a neutralidade carbónica até 2040.
Perante o atual sistema linear de produção, aproveitamento e destino final, a economia circular propõe um modelo de crescimento em que as embalagens se podem tornar noutras no fim da sua da vida útil, sem que nenhuma termine como resíduo.
Conseguir isto significa aplicar a lógica circular a todo o ciclo de vida das embalagens, desde o momento em que é desenhada e fabricada até como é reciclada e reutilizada.
Dessa forma, o primeiro passo é o ecodesign. Ou seja, desenhar as embalagens tendo em consideração a pegada ambiental associada à sua produção, distribuição ou consumo de forma a minimizá-la. Isso é possível, por exemplo, reduzindo o seu peso e aumentando a percentagem de material reciclado para usar menos recursos, mas também inovando para facilitar a reciclagem e desenvolvendo novas alternativas às embalagens tradicionais.
Há anos que a Coca‑Cola recorre ao ecodesign e, graças a ele, tem conseguido colocar no mercado embalagens cada vez mais sustentáveis.
Deste modo, as embalagens da Coca‑Cola em Portugal são agora mais leves. O facto de uma lata ou garrafa pesar menos uma grama pode parecer insignificante, mas quando milhões de latas e garrafas são mais leves, as matérias-primas utilizadas para fabricá-las são menores, tornando o seu transporte mais eficiente, o que contribui para a redução da emissão de gases de efeito estufa.
A prova disso está nas garrafas de plástico, pois a garrafa de 2 litros passou de pesar 72 gramas em 2010 para os atuais 46,7 gramas; uma redução de 35%. Relativamente às embalagens de vidro recarregáveis, a garrafa Contour, a mais icónica da marca Coca‑Cola, pesava no início 372 gramas. Em 2000 atingiu 309 gramas (com a garrafa de 200 ml) e hoje pesa 245 gramas, com 37 ml a mais de capacidade. Ou seja, 18% a mais de produto com menos 21% de peso. Por outro lado, nos últimos 30 anos, o peso total das latas diminuiu 60%.
Seguindo o modelo da economia circular com o objetivo de alcançar um mundo sem resíduos, a Coca‑Cola em Portugal também tem vindo a aumentar progressivamente a quantidade de material reciclado nas suas embalagens.
As novas garrafas PET Aquarius contêm 50% de plástico reciclado.
Dessa forma, as garrafas de plástico têm 24,5% de plástico reciclado e a meta é aumentar essa percentagem para 50% até 2022. Além disso, as garrafas de água da marca Glacéau Smartwater já são feitas com plástico 100% reciclado e as de bebidas sem gás e sumos contêm 50% de PET reciclado. Isso inclui as garrafas de Aquarius, Nestea e Powerade.
Este último avanço significará uma redução anual de 2.000 toneladas de plástico virgem em Espanha e Portugal, deixando de emitir 240 toneladas de CO2.
O objetivo é dar continuidade a esses esforços e atingir 100% rPET em todas as garrafas de plástico do portfólio da Coca‑Cola Iberia na próxima década, o que significaria evitar a utilização de mais de 37.000 toneladas de plástico virgem por ano.
As latas de alumínio são feitas com 42% de material reciclado, enquanto que nas garrafas de vidro o percentual é de 20%.
Imagem da primeira garrafa de Coca‑Cola feita de plástico marinho recuperado e reciclado.
A Coca‑Cola também apoia diversos projetos de inovação e ecodesign de embalagens, nos quais investe milhões de euros. Graças a este compromisso, desenvolveu, em conjunto com a start-up PaBoCo (The Paper Bottle Company), um primeiro protótipo de uma garrafa de papel, um material renovável, facilmente reciclável e biodegradável, que permite caminhar para um mundo sem desperdício. Este novo formato será testado este verão na Hungria em 2.000 consumidores através da bebida vegetal AdeZ.
Também lançou a primeira garrafa feita com plástico reciclado de lixo marinho, conseguindo transformar plástico altamente degradado em matéria-prima de alta qualidade para uso em alimentos e bebidas, algo que até agora não era possível.
Isso significa que os plásticos impuros, que muitas vezes vão parar à incineração ou a aterros sanitários, podem agora ganhar uma nova vida. Significa também que haverá mais material disponível para reciclagem, o que reduzirá a quantidade de plástico virgem utilizado e acabará por criar uma menor pegada de carbono.
Uma década antes, em 2009, a Coca‑Cola lançou o PlantBottle, uma garrafa feita com 30% de materiais vegetais derivados de um subproduto do processamento da cana-de-açúcar, totalmente reciclável. Para além de ajudar a reduzir o desperdício, possui uma pegada de carbono cerca de 12% menor do que as restantes garrafas.
Os esforços da Coca‑Cola para deixar as suas embalagens mais sustentáveis também se centram em simplificar uma série de medidas que tornem a reciclagem mais fácil. Por exemplo, não utilizando misturas de diferentes plásticos ou multicamadas, está a eliminar a coloração das suas embalagens, o que permite que, quando recicladas, possam ser transformadas em novas garrafas. Assim, 99% das embalagens da Coca‑Cola em Portugal são totalmente recicláveis.
Neste momento, as garrafas de vidro recarregáveis, que encontramos em bares, cafés, restaurantes e hotéis, merecem uma atenção especial. Têm a particularidade de, uma vez utilizadas, serem recolhidas nos estabelecimentos hoteleiros e devolvidas aos frigoríficos. Depois são lavadas com água e detergente em altas temperaturas e passam por uma inspeção eletrónica antes de serem recarregadas. A mesma embalagem pode ser utilizada 25 vezes e, posteriormente, as garrafas são levadas para um centro de reciclagem para que voltem a fazer parte de outro objeto de vidro.
As embalagens são geralmente comercializadas dentro das chamadas embalagens secundárias, que as protegem e facilitam o seu transporte. Muitas são transportadas numa espécie de película aderente que envolve latas e garrafas e, geralmente, são mais difíceis de reciclar do que outros plásticos. Contudo, de modo a evitar que acabem em aterros ou no lixo, a Coca‑Cola em Portugal decidiu eliminar todo esse plástico descartável desnecessário.
Assim, no final de 2019, substituiu a embalagem plástica dos seus multipacks de 150 ml por um cartão 100% reciclável com certificação PEFC, que assegura que provêm de florestas sustentáveis.
Com medidas como estas, espera-se retirar 11 mil toneladas de plástico por ano na Europa Ocidental, 2.600 na Espanha e em Portugal.
As embalagens também são os rótulos, e os da Coca‑Cola são feitos de papel com o selo FSC (Forest Stewardship Council), a garantia máxima de que essa matéria-prima provém de florestas geridas de forma sustentável.
Na verdade, a Coca‑Cola em Portugal é, desde 2008, membro da Rede Ibérica de Comércio Florestal do WWF, que promove o consumo responsável e sustentável de produtos florestais para ajudar a proteger as florestas ameaçadas e acabar com a extração ilegal de madeira.
No entanto, não se trata apenas de lançar embalagens sustentáveis que possam ser reaproveitadas e recicladas, mas sim de recolher aquelas que hoje poluem o meio ambiente. Por esse motivo, a Coca‑Cola estabeleceu uma meta ambiciosa de recolher e reciclar o equivalente a 100% das embalagens que comercializa até 2025 na Europa Ocidental.
Um exemplo claro deste compromisso é o projeto da Coca‑Cola Iberia Mares Circulares, que anualmente retira toneladas de resíduos das costas, áreas protegidas e fundos marinhos de Espanha e Portugal. Mas essa é apenas a ponta do iceberg, já que a chave da iniciativa é promover a consciência ambiental para criar uma cultura de reciclagem, além de apoiar estudos científicos e iniciativas empresariais que procurem soluções para o problema da poluição marinha no âmbito da economia circular.
Desde o seu início em 2018, este projeto em rede conseguiu recolher 1.157 toneladas de lixo em ambientes aquáticos e fundos marinhos, sensibilizar 54.727 pessoas e promover 9 estudos científicos e 3 start-ups.
Para fechar o ciclo, os resíduos recolhidos durante o programa são classificados de forma a serem aproveitados e a terem novos usos. No caso do plástico PET recuperado, este integra a cadeia de valor da Coca‑Cola.
Dentro dos esforços para reduzir a poluição marinha, a Coca‑Cola, em conjunto com outras 28 empresas líderes, apoia o relatório The Business Case for a UN Treaty on Plastic Pollution, promovido pela WWF, a Ellen MacArthur Foundation e o Boston Consulting Group, que exorta os governos a chegar a um tratado global, no âmbito das Nações Unidas, para evitar os 11 milhões de toneladas de plástico que a cada ano chegam aos oceanos.
Nesse sentido, a empresa aderiu ao The Ocean Cleanup para limpar o plástico de 15 rios até final de 2022 e assim evitar que cheguem ao mar.
Alcançar um mundo sem desperdícios não é fácil e envolve muitas entidades. Por um lado, as empresas devem fazer a sua parte, repensando todo o ciclo de vida das suas embalagens, desde a forma como são projetadas até à forma como são concebidas, garantindo que são recicláveis. Por outro lado, os cidadãos também têm de contribuir com a sua parte, assim como as administrações públicas, que devem garantir sistemas de recolha e reciclagem realmente eficientes.
A economia circular marca o caminho para um mundo sem resíduos, onde os bens que são reintroduzidos na cadeia produtiva se tornam numa oportunidade para criar valor económico, social e ambiental. Só precisamos do envolvimento de todos.